O Partido Novo está rachado por culpa do Impeachment de Bolsonaro. Entenda.
O clima nas casas legislativas é de pré-impeachment, o cerco ao presidente começou a se fechar e a cada dia que passa ele possui menos força política para resistir no comando. Bolsonaro já não manda mais em quase nada, entregou o governo ao Centrão e fez aliança com seus históricos inimigos de bancada. O presidente busca desesperadamente uma saída.
O Partido Novo confunde-se com a pessoa de João Amoedo. João fez o estatuto com regras que ele mesmo vem tentando driblar há algum tempo. Foi assim quando se tornou candidato à presidência da república, João era presidente nacional do partido e usou uma brecha no estatuto para postular o cargo, pois o papel proibia que um filiado com cargo na executiva partidária fosse candidato. João é favorável ao impeachment de Bolsonaro e declarou isso publicamente, sendo seguido pela atual direção do partido.
De outro lado, o principal político eleito pelo Novo, o Deputado Federal Marcel Van Hattem, que entrou no partido por pura ideologia, uma vez que já possuia seu eleitorado fiel já formado com os três mandatos de deputado estadual que exerceu no Rio Grande do Sul. Marcel tem muito apreço entre movimentos e grupos liberais. Desde que se elegeu Deputado Federal, em 2018, vem liderando a bancada partidária na Câmara. Marcel declarou que “impeachment sem crime de responsabilidade é tumulto na democracia” e se posicionou contra o processo de impeachment de Jair Bolsonaro.
É agora que veremos, caros leitores, se o Partido Novo realmente é um “partido independente”, como sempre se autodenominou, ou se trata apenas de mais uma sigla partidária com seu próprio cacique no comando. Van Hatten entende que, apesar de ser evidente que muitos atos governistas de Bolsonaro precisam ser investigados, como a utilização da ABIN para um possível benefício pessoal, por exemplo, nenhum deles é fato incontroverso e carecem de maiores detalhes e explicação.
Perguntei a Emmanuel Tuca, único vereador pelo Partido Novo em Blumenau, o que ele achava do caso e se era favorável ou não ao impeachment de Bolsonaro, entretanto ele disse que não estava muito bem informado sobre o tema e optou por não responder.
É natural que opiniões pelo impedimento de um presidente surjam, alias até hoje desconheço qualquer presidência que não tenha sofrido com tais desconfianças. Entretanto, impeachment é um mecanismo muito sério, que agride o coração de uma democracia e deixa marcas eternas, exigindo, portanto, fundamentos sólidos que ultrapassam a mera desconfiança por oposição partidária. É claro que estamos no Brasil e aqui para um processo de impeachment avançar basta que haja vontade parlamentar, mas sou jurista e jamais compactuarei com tal absurdo enquanto as provas não forem lapidadas.