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O poder transformador do diagnóstico precoce no espectro autista

Confira a coluna de Rodrigo Gonçalves presidente do Instituo Vinicius Ian, que integra o time seleto de colunistas do Mesorregional. Ele escreve periodicamente a cada 15 dias, sobre temas que certamente lhe prenderão na leitura, com conhecimento sobre sua mente, seu comportamento, sua vida e até mesmo suas atitudes. Confira abaixo o seu mais recente artigo:

Descobrir que seu filho, aos 2 anos de idade, está no espectro autista é um momento de virada na vida de qualquer pai. Para mim, essa descoberta não foi apenas um marco na vida do meu pequeno, mas também o início de uma jornada pessoal que me levou a entender minha própria posição no espectro, aos 41 anos, com um diagnóstico de suporte de nível 1. Esta experiência dupla, tanto como pai quanto como indivíduo no espectro, tem sido fundamental na minha compreensão sobre a importância vital do diagnóstico precoce do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Atualmente, estima-se que cerca de 1 em cada 100 crianças em todo o mundo esteja no espectro autista. No Brasil, embora os números exatos sejam incertos, especula-se que existam cerca de 2 milhões de pessoas com TEA. Estes números ressaltam a necessidade urgente de aprimorar o diagnóstico e o acesso a tratamentos especializados.

O diagnóstico precoce é uma ferramenta poderosa. No caso do meu filho, permitiu-nos iniciar os tratamentos e terapias necessárias em uma fase em que o cérebro da criança possui uma plasticidade incrível, possibilitando adaptações e aprendizados que podem significativamente melhorar a qualidade de vida. Para mim, receber o diagnóstico já adulto abriu um novo caminho de autoconhecimento, permitindo-me entender melhor como enfrentar as adversidades do dia a dia.

É crucial destacar a importância de procurar um médico especialista ao primeiro sinal de dúvida. A detecção precoce e o início imediato de terapias adequadas são essenciais para o desenvolvimento da criança. Ainda assim, enfrentamos na sociedade moderna uma perigosa narrativa que tende a “glamourizar” o autismo ou considerá-lo uma “moda”. Essa visão não apenas distorce a realidade vivida por aqueles no espectro e suas famílias, mas também pode atrasar o diagnóstico e o tratamento.

O autismo é uma condição que atravessa todas as classes sociais e cores. Não é uma doença, mas uma forma diferente de experienciar o mundo. Encarar o TEA sob um prisma de glamour é diminuir os desafios enfrentados diariamente por quem está no espectro. Precisamos de empatia, compreensão e ações concretas para apoiar a comunidade autista.

Nossos políticos têm a obrigação de criar políticas públicas que atendam às necessidades das pessoas no espectro autista. Atualmente, a saúde pública ainda deixa muito a desejar no atendimento a essa população. A falta de recursos, informações e suporte adequado é uma realidade que precisa ser urgentemente modificada.

No Instituto Vinícius Ian, estamos comprometidos em fazer a diferença. Oferecemos suporte, informações e um espaço de acolhimento para todos que estão no espectro autista e suas famílias. Se você tem dúvidas, precisa de ajuda ou simplesmente deseja se informar mais, nossos canais de comunicação estão sempre abertos.

A jornada no espectro autista é única para cada indivíduo e família. Mas uma coisa é certa: o diagnóstico precoce é uma chave que pode abrir portas para um futuro de possibilidades, compreensão e inclusão. Juntos, podemos construir uma sociedade que acolhe, entende e valoriza cada nuance do espectro autista.

Conte-nos sua história, queremos cada vez mais nos aproximar de você.

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