Operação “Agricultor Fantasma” pode ter pedido de abertura de CPI, na Câmara de Blumenau
Na mesma semana em que os deputados catarinenses votaram pelo prosseguimento do pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés, em Blumenau, também poderá haver um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Há rumores de um suposto esquema de corrupção envolvendo recursos destinados à compra de merenda escolar para estudantes da rede pública durante a pandemia.
Diante das informações, circula nos corredores da Câmara de Vereadores a possibilidade de abertura de uma CPI para investigar de que forma os contratos eram estabelecidos e quais irregularidades podem ter ocorrido durante o período em questão.
Desdobramento
Nesta quinta-feira (22), os vereadores aprovaram um requerimento que convoca a secretária de educação, Patrícia Lueders, e convida o presidente do Conselho Alimentar Escolar (CAE) a prestarem esclarecimentos sobre o esquema de fraude na verba da merenda escolar de Blumenau. O caso ficou conhecido após a Delegacia de Combate à Corrupção da Polícia Civil deflagrar a operação “Agricultor Fantasma“.
Durante a sessão, os vereadores discutiram a possibilidade de convocar o servidor municipal, supostamente envolvido no esquema, para também prestar esclarecimentos. e ficou definido que a convocação e apuração será realizada pela Comissão de Agricultura, Meio Ambiente, Indústria e Comércio.
Após ouvir as pessoas convocadas, os vereadores irão definir se propõem ou não a abertura de uma CPI para investigar a questão.
Entenda o caso
No último dia 21, a Polícia Civil, por meio da 4ª Delegacia Especializada no Combate à Corrupção de Blumenau, cumpriu mandados de busca e apreensão na região da Vila Itoupava, uma área rural da cidade. A operação, batizada de “Agricultor Fantasma”, envolve o superfaturamento na compra de alimentos e o cadastro irregular de produtores rurais.
De acordo com uma denúncia, alguns produtores se cadastraram para fornecer produtos que não produziam, mas que eram adquiridos no Ceasa local e repassados ao Poder Público com valores mais altos que os praticados no mercado.
De acordo com o Delegado Lucas Almeida, assim como no caso do governo do Estado envolvendo os respiradores, suspeita-se da participação de um agente público da Prefeitura no esquema criminoso. Os envolvidos podem responder pelos crimes de fraude à licitação e falsidade ideológica.
Foto: Divulgação / ANPr (Ilustração)