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Operação Lava Jato pode ter excesso de bagagem?

O envolvimento dos nomes de lideranças políticas de Blumenau em citações de delatores da Operação Lava Jato, que foi destaque na imprensa regional e nacional no dia de ontem (11) caiu como uma bomba na cidade. Lideranças importantes como o senador Dalírio Beber e do jovem prefeito Napoleão Bernardes, ambos do PSDB, do deputado federal Décio Nery de Lima e da deputada estadual Ana Paula Lima, do PT terão que responder a inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

A notícia surgiu em meio a divulgação da lista do relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin que assumiu para a relatoria após a morte do ministro catarinense Teori Zavaski. Com as denúncias a política blumenauense cai em descrédito, justamente num momento de ascensão dessas lideranças, sobretudo do prefeito Napoleão, que estafa nos “holofotes” em busca de uma possível candidatura ao governo do estado.

Bernardes teve o nome citado nos depoimentos de Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis, ex-presidente e fundador da Odebrecht Ambiental e de Paulo Roberto Welzel ex-diretor da empresa Foz do Brasil, que afirmaram que Dalírio Beber garantiu o repasse de valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para a campanha do candidato “Conquistador” (como Napoleão era chamado pelos membros da Odebrecht). Dalírio seria o articular financeiro de Napoleão nas eleições de 2012.

Algo semelhante foi relatado pelo Ministério Público Federal (MPF), que informou o Supremo de que Décio Nery de Lima, também recebem “vantagens não contabilizadas” no mesmo montante de Napoleão, para a campanha do mesmo ano para Prefeitura de Blumenau em que sua esposa, a deputada estadual Ana Paula Lima concorria. Ana era identificada pelo apelido de “Musa.

Ainda segundo o MPF, Reis e Welzel afirmaram que as doações irregulares eram efetuadas para candidatos com eventuais possibilidades de vitória. E que como Blumenau detinha serviço de concessão, o objetivo da Odebrecht era “de buscar apoio à manutenção dos contratos de saneamento de água e esgoto.” na cidade.

Além disso também pesa contra Jean Kuhlmann (PSD) uma delação em que há afirmação de o deputado estadual teria recebido R$ 65,6 mil no ano de 2004, quando era vereador. Existe a afirmação que ele também teria recebido um montante para eleição de 2012 por meio de caixa dois mas num montante menor, R$ 50 mil. Seu caso remetido ao Tribunal Regional Federal da 4a Região.

Todos afirmam que não estão envolvidos nos casos e que desconheciam as acusações até o dia de ontem, sem que foram informados pela imprensa. Também afirmam que não receberam esses valores. O fato que a população já faz juízo do caso, e a repercussão já os condenou popularmente, mas é importante lembrar que justiça não de faz apenas com condenações e tudo indica que a Java Jato está sim, com excesso de bagagem.

 

Confira as manifestações emitidas pelos políticos

 

Nota Oficial de Ana Paula Lima

Em relação a citação do meu nome nas investigações do Supremo Tribunal Federal declaro serenidade e estou à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos.

Afirmo que não sou ré e nem investigada em nenhum processo da Lava Jato.

Afirmo que as doações à minha campanha eleitoral foram declaradas e aprovadas pelos órgãos competentes, e que minha conduta pública é regida pelos princípios da ética, moral e legalidade.

Ana Paula Lima
Deputada Estadual (PT/SC)

 

Nota Esclarecimento de Dalírio Beber

Recebo com surpresa a inserção do meu nome no rol dos investigados. Não tive, até o presente momento, qualquer acesso ao processo para conhecer o conteúdo do que me é atribuído. Rechaço com veemência toda e qualquer denúncia de prática de ilícitos.

Estou indignado, mas absolutamente tranquilo, pois minha consciência em nada me acusa. 

Digo à sociedade brasileira, em especial, aos Catarinenses, que sempre confiaram em mim, que espero que rapidamente a verdade seja restabelecida.

Neste momento, coloco-me inteiramente à disposição da Justiça.

 

Dalirio Beber

Senador da República

 

Nota Oficial de Décio Lima

Em relação a menção do meu nome nas investigações do Supremo Tribunal Federal, recebo com tranquilidade, uma vez que confio que a verdade prevalecerá e a justiça será feita.

Declaro que sou o maior interessado no esclarecimento de toda esta situação. É importante destacar que não sou réu e nem investigado em nenhum processo da Lava Jato.

A minha vida pública sempre foi pautada pela ética, lisura e transparência e a minha história demonstra a preocupação com a legalidade de todos os meus atos.

Décio Lima (PT/SC)
Deputado Federal

 

Nota Oficial de Jean Kuhlmann

Recebo com surpresa a informação de que meu nome consta em petição remetida para o 4º TRF, referente às investigações divulgadas nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal.

Jamais tratei de qualquer assunto relacionado a campanhas eleitorais, e sobretudo recursos para campanhas, com empregados e executivos e empresas citadas, tampouco conheço qualquer um deles.

Minhas contas eleitorais sempre foram aprovadas e apresentadas dentro do rigor que exige a Justiça Eleitoral, e dentro da transparência pela qual sempre pautei minha trajetória.

Confio no bom trabalho da Justiça, e tenho certeza que as investigações irão mostrar a verdade dos fatos. Meu maior interesse é que toda essa situação seja esclarecida, o quanto antes.

Jean Kuhlmann – Deputado Estadual

 

Nota Oficial de Napoleão Bernardes

Blumenauense, é com a mais absoluta perplexidade que recebo esta notícia sobre a inclusão do meu nome nesta delação.
Estou tranquilo, com minha consciência limpa e em paz, porém indignado.
A população de Blumenau sabe que tenho minha vida pública pautada pela ética, transparência e responsabilidade.
Quero que tudo se esclareça o mais rápido possível, porque o meu único foco continua sendo, como sempre, trabalhar todos os dias com a maior transparência possível pela cidade onde nasci, que me viu crescer e que jamais desapontarei!

Napoleão Bernardes

 

*Na foto de Tânia Rêgo da Agência Brasil, o relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin

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