Padrasto e mãe de Isabelly de Freitas são condenados a penas severas por homicídio cruel
O julgamento de Marcello Luciano e Daniela Schnem Blum, acusados de assassinarem a pequena Isabelly de Freitas, de apenas 3 anos, foi concluído no dia 4 de dezembro, após quase 17 horas de deliberações. O Tribunal do Júri, presidido pela juíza Leila Mara da Silva, titular da Vara Criminal da comarca de Indaial, resultou em duras condenações para o casal, que, segundo o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), foi responsável por um crime hediondo, com qualificadoras de motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Marcello Luciano, o padrasto de Isabelly, foi condenado a 41 anos e nove meses de reclusão, além de um mês e 20 dias de detenção. Sua pena foi agravada pela reincidência, pois ele já cumpria pena em regime aberto por tráfico de drogas. Já Daniela Schnem Blum, mãe de Isabelly, foi sentenciada a 36 anos e 11 meses de reclusão, além de um mês e cinco dias de detenção. Ambos também foram condenados pelos crimes de ocultação de cadáver e comunicação falsa de crime, uma vez que inicialmente forjaram um sequestro como álibi para o desaparecimento de Isabelly.
A juíza que presidiu o Júri não permitiu qualquer tipo de imagens dentro do Tribunal.
Crime e seus desdobramentos
O caso que chocou Blumenau e a região teve como contexto a violência doméstica e a total falta de proteção à criança, que foi brutalmente agredida até a morte pelos réus. O corpo da menina foi escondido, e as circunstâncias do crime foram encobertas por uma falsa denúncia de sequestro. O julgamento trouxe à tona detalhes trágicos, como o fato de que o filho mais velho de Daniela foi forçado a limpar o sangue da irmã para dificultar as investigações. Além disso, o próprio pai de Isabelly continua cumprindo pena por tráfico de drogas, complicando ainda mais a situação familiar.
Teses de defesa e comportamento dos réus
As defesas dos réus tentaram, de diferentes formas, eximir seus clientes de total responsabilidade. A advogada de Daniela alegou que ela também era vítima de violência doméstica e temia pela própria vida e da outra criança, o que teria a levado a ser cúmplice no crime. No entanto, durante o depoimento, Daniela chegou a se referir à filha como “uma peste”, o que contrasta com sua defesa. Marcello, por sua vez, não demonstrou arrependimento durante o julgamento e tentou interferir nas acusações, sem apresentar qualquer remorso pelo crime cometido.
Prisão e futuro
Após a condenação, Daniela foi encaminhada ao Complexo Penitenciário da Canhanduba, em Itajaí, onde já cumpria prisão preventiva. Marcello Luciano, por sua vez, deverá cumprir sua pena na Penitenciária Industrial de Blumenau, onde esteve durante a prisão preventiva.
A sentença foi amplamente comemorada pela sociedade blumenauense, que acompanhou o caso com grande comoção e aguardava justiça para Isabelly. A condenação do casal é uma resposta ao clamor da comunidade e uma reafirmação da importância de se proteger as crianças e garantir que casos de violência doméstica sejam tratados com a seriedade que merecem.
Foto: Reprodução / Redes Sociais