Palavras abrem e fecham espaços
Artigo de Josiane Rodrigues, colunista do Mesorregional:
2021 passou com suas surpresas, alegrias, turbulências, conquistas e cada um de nós certamente sabe como chegou até aqui!
Se alguém estiver na dúvida, pode perguntar-se sobre o que superou, o que foi acrescentado, quais os desafios que serviram, sobre o que deu certo ou ainda não, sobre o que ficou para trás necessariamente; como se representasse o atravessar de uma extensa ponte do seu início ao fim.
Pode se perguntar também, quanto as palavras que disse ou aquelas que escutou e como foram recebidas, manifestadas…. quais os efeitos a respeito das mesmas.
Palavras que tem o poder de abrir e fechar espaços e que muitas vezes quando proferidas com maestria abrem à compreensão, ao desbloqueio, aos bons repertórios, a luz…, mas que também podem fechar a oportunidade de uma nova pronúncia; que podem trazer um punhado de novas reflexões e resultados devido à falta de tato ou sensibilidade.
Há um ditado que diz: a boca fala do que o coração está cheio. O que foi dito e quanto cuidado (ou nenhum) foi dispensado ao tom?
Palavras soltas? Ditas por impulso… ou bem articuladas. Sensatas ou impensadas? Reflexos.
O que ficou por dizer?
A palavra diálogo vem do grego (dia: por meio de/ logos: palavra) que diz: por meio da palavra.
Significa o esforço realizado para falar e escutar, na possibilidade de se chegar a um acordo por meio do entendimento.
O diálogo tem o poder de unir forças e conhecer o que existe no íntimo de com quem o dividimos, perceber o que sentimos na troca que transpõe, a transparência e barreiras do coração e o que há de novo que poderá apresentar-se. É chave do início e que ao mesmo tempo pode girar para o fim. Vale ressaltar que muitas das vezes a distância e a proximidade dependem de como as palavras forem colocadas.
O modo como nos dirigimos a alguém é igualmente tão importante quanto o tom da conversa!
É claro, somos de carne e osso… Porém também nos cabe, a responsabilidade afetiva pelo que foi dito e porque não nos atermos ao que o outro passa a escutar?
O que cultivamos e o que nos escapou?
O que proporcionamos e o que nos foi propiciado?
Podemos parar e fazer a leitura de dentro pra fora e vice-versa, ao sermos sensíveis ao ponto de crer que há um tempo que nasce para que se possa distinguir sobre aquilo que fica, o que será restaurado e o que não precisará permanecer.
Que a partir de então como oportunidade, o diálogo como a base possa ‘roubar as cenas’ para resolver problemas, ajustar mal-entendidos ou situações negativas afim de superá-las; amenizando danos causados por certas indelicadezas que passaram.
Que nos voltemos aos aprendizados que vieram e que (talvez) nos tornaram melhores, mais fortalecidos ou aborrecidos e que puderam servir para que algo não mais venha a se repetir.
Sempre é tempo caso estivermos dispostos ou não dispostos a abrir margem para participar do que machuca. Que estejamos atentos, a empatia… ao entender, porém nem tudo aceitar.
Enquanto há tempo, que possamos dialogar e compreender. Ajustar, perdoar e reconhecer.
O que faz bem primeiramente a nós, como consequência espalha a possibilidade do recuo alheio… do reconhecer, o repensar que faz bem!
Onde possíveis vulnerabilidades, que olhemos e se possível que acolhamos, uns aos outros!
Que não nos deixemos sufocar pelo não dito, mas que possamos ter coragem e a cautela da pronúncia!
Cuidemos de nós, para que possamos aguardar com equilíbrio, pitadas de sensatez e leveza, o que a vida nos reserva a partir desde novo recomeço. Que em simplicidade, seja grandioso!
A todos nós,
Bons dias e toda Paz!
Um abraço e Saúde!
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