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Passaporte Sanitário: O novo distintivo judaico

Durante a Alemanha Nazista de 1939 a 1945, o governo de Hitler obrigava judeus a usarem um distintivo na forma de uma Estrela de David em seu peito como forma de destacá-los dos alemães descritos como “arianos”. A intenção do führer havia sido explicada alguns anos antes, em sua obra Mein Kampf, escrita por ele na prisão, em 1923. A ideia era basicamente expulsar os judeus da vida política, intelectual e cultural da Alemanha.

O único objetivo de uma vacina é induzir imunidade contra determinada doença em um ser humano. Trata-se de um mecanismo a ser utilizado por quem quer se imunizar e criar um mecanismo de defesa contra o vírus, não por quem quer evitar contrair a praga. Para escapar do contágio existem outros métodos muito mais eficazes, como evitar aglomerações sociais, respeitar determinadas distâncias em locais públicos, utilizar-se de desinfetantes que diminuem a quantidade de agentes patogênicos em nossas mãos, como o álcool em gel ou, quando dois interlocutores estão conversando, ambos utilizarem uma máscara facial de pelo menos 3 camadas.

A vacinação em massa é, de fato, um meio satisfatório para se conter o agravamento dos casos de COVID-19. Ainda que a eficácia de algumas vacinas possa parecer baixa, inexiste imunizante capaz de lhe deixar 100% protegido contra qualquer praga. Nossa caderneta de vacinação é repleta de vacinas de discutível percentual de eficácia. A tríplice viral, por exemplo, garante imunização de no máximo 80% para caxumba. Se tratarmos de imunizantes mais complexos, como da Gripe e da Turberculose, raramente teremos uma imunização superior a 60%, nem por isso deixamos de utilizá-las com sucesso, ao longo da história, para conter surtos dessas doenças pelo mundo.

O que não podemos é usurpar a liberdade individual e recriar o distintitvo judaico trocando a Estrela de David por um carimbo vacinal, expulsando da vida política, intelectual e cultural do Brasil aqueles que arriscam não se vacinar, preocupados com eventuais efeitos colaterais da vacina ou até mesmo por questões religiosas. Soluções que atentam contra a liberdade individual devem ser raras exceções, utilizadas em casos extremos, o que não é o caso nos tempos atuais.

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