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Presidente do SINEPE questiona a prioridade da educação em tempos de Covid-19

Um sistema de educação de qualidade. Esse assunto é debatido por décadas e chegamos a 2020 com escolas fechadas há seis meses em todo o País. O presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina (SINEPE), Marcelo Batista de Sousa, criticou o plano de volta às aulas anunciado pelo Governo e apontou a inutilidade do documento. O Sindicato representa cerca de 1.300 escolas no Estado, de creches a universidades, onde estão matriculados aproximadamente 500 mil alunos. O setor gera 40 mil empregos diretos.

Na carta, Sousa questiona a prioridade da educação e declara que as escolas particulares desaprovam o anunciado “Plano Estadual de Contingência para a Educação de Santa Catarina” (PlanCon), que prevê o retorno das aulas presenciais somente para meados de outubro. 

A irmã Ana Besel, diretora do Colégio Sagrada Família, em Blumenau, compreende o desabafo feito pelo presidente do SINEPE. Ela ressalta que as escolas privadas estão devidamente paramentadas, tanto em termos de segurança, quanto de higienização para receber os seus alunos, seguindo todos os protocolos estabelecidos pela Secretaria de Estado da Saúde e pela Secretaria Municipal.

A diretora acrescenta que a escola particular não pode ficar na dependência do retorno da escola pública, pois são redes de ensino distintas. “A escola particular é uma opção e não uma obrigação, ela está sujeita ao cumprimento de um contrato mantido com os contratantes dos seus serviços e esses contratantes têm o direito de optar pelo retorno às aulas presenciais, seguindo todos os protocolos de segurança e higienização, ou de manter seus filhos no ‘ensino remoto’.” 

Ana finaliza dizendo que o retorno às aulas presenciais deve ser facultado às escolas e às famílias e não ao Estado. “Os trabalhadores da rede privada de ensino, ao contrário da rede pública, não gozam de estabilidade de emprego e estão sujeitos à redução de carga horária e até de suspensão de contrato, ambos por prazo determinado, conforme dispõe a Lei nº 14.020/2020, que Instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.”

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Para o presidente do SINEPE, escola fechada virou símbolo de um Brasil ultrapassado. “O documento é inútil, porque ignora o desejo manifestado pelas famílias para o imediato retorno das escolas, prioritariamente dos estabelecimentos de Educação Infantil (creches) – o que agregaria ao serviço de ensino, que vem sendo prestado na sua plenitude pelo modo online, o acolhimento presencial de seus filhos em ambiente seguro e protegido enquanto os pais estiverem no trabalho.”

Ele segue argumentando que “É difícil entender o que leva nossos governantes a proibirem o funcionamento da escola, sabe-se lá até quando, com tantos casos de livre trânsito de passageiros em aviões, de consumidores nos supermercados, dos frequentadores de shows em hotéis, etc. A bandeira ‘só volta depois da vacina’ é injustificável. Isso porque as crianças não serão prioridade na campanha de vacinação por conta da baixa letalidade vista até o momento nesse grupo. Entre os infectados, apenas 2% são crianças”, finaliza o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Santa Catarina.

Foto: StockSnap / Pixabay

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