Quando mesmo que começa a terceira idade?
Confira mais um artigo da jornalista empreendedora e colunista do Mesorregional, Liliani Bento, que com maestria trás sempre opinião, análises e revelações:
Cresci ouvindo que a vida começava aos 40 anos. No auge dos meus vinte e poucos anos não entendia o porquê de a vida começar aos 40, se nessa idade já estamos nos encaminhando para a velhice. Quando completei 4 décadas de vida, olhei no espelho e me perguntei: “onde está a tão propalada velhice? Se o que dizem é verdade, o bom da vida começa agora.
Não é bem assim, aos 40 boa parte das mulheres está casada ou divorciada, com filhos pequenos ou adolescentes, passando por momentos desafiadores e sem muito tempo para olhar para si. E outra boa parte, na qual me incluo, ainda não casou, não teve filhos e o relógio biológico não apita mais, já está gritando.
Passam-se alguns anos e tanto homens como mulheres, boa parte deles, entendem que a idade é apenas um número no RG e seguem se tornando pessoas cada vez mais interessantes. Estudando, trabalhando, viajando, e fazendo escolhas mais assertivas.
Não estou romantizando a velhice. Aparecem algumas dores, a necessidade de usar óculos e um ou outro probleminha. Para minimizar o desgaste natural com o tempo é necessário investir na sua saúde mental, física e espiritual. Cuide da alimentação, pratique exercícios físicos, conserve os amigos e faça as pazes com o passado.
Assim você chegará na maturidade com qualidade de vida. Porque, em minha opinião, pessoas com 60 anos, na atualidade, não podem mais ser chamadas de velhas.
O sociólogo e estudioso de envelhecimento, Acioli Neto, diz que a velhice tem outra cara, que não é mais a de 50 anos atrás e, com isso, o referencial de pessoa idosa está mudando. E quem não acompanhar, ficará ultrapassado.
A faixa etária entre os 50 e 64 anos já corresponde a mais de 17% da população brasileira de ambos os sexos. A projeção é de que até 2060, no Brasil, a população de seniores (60+) alcance o dobro da de jovens. Outro dado relevante é que o consumidor maduro, acima de 60 anos, lá em 2018, já movimentava R$ 1,8 trilhão na economia. Só em compras online foram mais de R$ 15 bilhões. Infelizmente, não tenho dados mais recentes, mas com certeza já são bem mais relevantes.
Segundo pesquisas, um em cada 4 pessoas com mais de 40 deseja empreender no futuro e deseja estudar algo novo. Boa parte deles está conectado. O que mais sentem falta é de celulares e teclados com letras maiores, além de bares e casas noturnas para pessoas acima dos 40 anos. Esses dados mostram que há um mercado em potencial a ser explorado para atender os “novos idosos”.
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