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Quanto pagamos ao atleta que ganha uma medalha olímpica?

Enquanto o Centrão decide se irá ou não suportar o “Custo Bolsonaro”, façamos uma pausa para um olhar aos Jogos Olímpicos de Tóquio, mais precisamente no valor que o Comitê Olímpico Brasileiro paga por uma medalha. Não há premiação internacional, entretanto os países costumam pagar uma bonificação para o atleta que traz a condecoração.

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Nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, durante o final do Governo Dilma Rousseff, não havia diferenciação de medalhas, era paga uma premiação única de R$ 35 mil para cada atleta que voltasse com uma medalha individual e R$ 17,5 mil para os que voltassem com medalhas oriundas de modalidades coletivas. Bronze, Prata e Ouro, para Dilma, tinham o mesmo valor.

Já o COB de Bolsonaro resolveu valorizar um pouco mais as medalhas obtidas, além de aplicar a meritocracia conforme a conquista. Os valores passaram a ser estes:

MODALIDADES INDIVIDUAIS

  • Ouro: R$ 250 mil;
  • Prata: R$ 150 mil;
  • Bronze: R$ 100 mil.

MODALIDADES COLETIVAS DE ATÉ 6 ATLETAS

  • Ouro: R$ 500 mil*;
  • Prata: R$ 300 mil*;
  • Bronze: R$ 200 mil*.

*Valor dividido entre os atletas participantes.

MODALIDADES COLETIVAS DE 7 OU MAIS ATLETAS

  • Ouro: R$ 750 mil*;
  • Prata: R$ 450 mil*;
  • Bronze: R$ 300 mil*.

*Valor dividido entre os atletas participantes.

Em comparativo, o Comitê Olímpico dos Estados Unidos recompensa os atletas com US$ 37.500 para medalhas de ouro, US$ 22.500 para prata e US$ 15.000 para bronze, ou seja, estão pagando menos que o Brasil. Alias, o país que mais paga é Cingapura (ou pelo menos oferece). O país asiático recompensa um medalista de ouro com US$ 737.000. Até hoje, a nação possui apenas um registro de medalhista de ouro olímpico desde sua fundação: no Rio, em 2016.

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Aplicar meritocracia no esporte tem suas vantagens, mas precisamos antes ser competitivos. Infelizmente, a participação do Brasil nestas Olimpíadas não chega perto da que foi no Rio de Janeiro, quando era o país sede e, portanto, convidado a participar de todas as modalidades. No Rio, foram 465 esportistas disputando os jogos, enquanto em Tóquio são 301 atletas no total.

Nem tudo são flores, ao assumir a presidência Jair Bolsonaro nomeou para chefiar o Esporte o padrinho de seu filho Flávio, Marcelo Magalhães, que “picotou” consideravelmente o programa Bolsa Atleta, o qual, em 2016, era responsável pela remuneração de 77% dos atletas que competiram no Rio. O orçamento do programa foi cortado, reduzindo o número de beneficiários pela metade e baixando o valor pago em 32%.

Sem grana do Governo Federal, os atletas em desenvolvimento acabaram tendo que buscar dinheiro nos estados e municípios onde, principalmente nestes últimos, sabemos, o apoio é muito mais político do que desportivo – ganha quem faz campanha.

Em suma, o Governo Bolsonaro aditivou as recompensas por premiação, mas reduziu o apoio na base. Se foi efetivo ou não? Veremos uma prévia do resultado ao final dos Jogos.

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