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Só há uma saída para o Brasil: mais democracia e mais reformas na forma das leis

Confira mais um artigo da coluna Der Punkt, de autoria do defensor público de Santa Catarina e colunista do Mesorregional, Ralf Guimarães Zimmer Júnior:

As meias verdades produzidas pela polarização política escondem meias mentiras, vamos a elas.

Primeiramente, os governos PT não tiveram de nada anticapitalista, ao revés, foram verdadeiro oásis do sistema bancários, que há quem diga, via FENABRAN (Federação Nacional dos Bancos) tinha forte influência na nomeação de ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça), tribunal que dá a uma última palavra em questões infraconstitucionais, e recheado de “juristas”, coincidentemente esvaziaram a possibilidade ao longo dos anos de os consumidores de contrato bancário discutirem juros antes tidos por abusivos, e há um tempo já se petrificaram no “novo normal”.

Portanto, uma esquerda anticapitalista no Brasil jamais houve, pelo contrário.

A dita direita, de outro lado, enquanto execra os chineses em redes sociais, viu crescer no cerne dos seus apoiadores mais diletos (o agronegócio) recordes do crescimento de exportações à China ano a ano, inclusive, sob os auspícios do Governo Bolsonaro.

E o que dizer das desregulamentações ambientais sob a batuta do ex Ministro Salles? Menos florestas e mais campo de cultivo de soja e gado para vender para quem no mais, além da própria China?

Mas não nos esqueçamos do STF, bombardeado pelas redes sociais por indevidamente no inquérito do fim do mundo cumular Alexandre de Moraes, ao que tudo indica, funções investigativas e julgadores (que se confirmado se trata de verdadeiro acinte ao devido processo legal), mas não se vê críticas por ter arquivado investigação do MP do Rio de Janeiro contra o Senador Flávio Bolsonaro, tampouco por ter arquivado investigação sobre possíveis cheques entre a primeira Dama Michele Bolsonaro e o cidadão Queiroz. Ainda, tampouco se vê críticas referente a Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil de Bolsonaro, e até bem pouco declaradamente apoiador de Lula da Silva, tanto que o PP comandava parcela da Petrobras quando do “petrolão”.

De outro lado, o MPF liderado por Aras praticamente acabou com a Lava-Jato, abrindo caminho para as nulificações de decisões de Moro e o ressurgimento de Lula da Silva, sendo que Aras que ao que parece comandou o fim da Lava Jato foi nomeado e reconduzido recentemente (outra vez por indicação de Bolsonaro) à Chefia do MPF.

Há um cipoal, portanto, contraditório em si entre o romance astral que coliga direita e esquerda, e não coloca nenhuma das duas acima do bem e do mal.

Essa divisão, assim, que insistem grupos petistas e bolsonaristas de promover, utilizando-se da bandeira do Brasil, está desbotada, e deve ser repensada, a bem do País como um todo.

Mais diálogo, mais democracia, mais pedidos na forma das leis, mais projetos de leis ou emendas à Constituição para aperfeiçoar às Instituições, como emenda constitucional para estatuir mandato de até 12 (doze) anos a Ministros do STF, como na Alemanha, porque não? O que não dá mais para aceitar é que só um lado das forças políticas tem auréola e que instituições devam ser demonizadas, até porque todos, sem exceção, têm parcela de “culpas” no “cartório”.

Ralf Guimarães Zimmer Júnior

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