Tragédia em Balneário Camboriú: entenda o que pode ter tirado a vida de quatro jovens no estacionamento da rodoviária
O final da madrugada desta segunda-feira, dia 1º de janeiro de 2024, foi marcado por uma verdadeira tragédia em Balneário Camboriú (BC), por conta da perda repentina de quatro jovens com idades entre 16 e 24 anos. O relato de uma testemunha presente trouxe à tona momentos angustiantes antes das mortes das vítimas que estavam inicialmente em um BMW 320i M Sport Flex, azul, emplacado em Paracatu, Minas Gerais..
De acordo com as informações divulgadas pela Polícia Civil, a jovem que veio de Brasília (DF) de ônibus até a rodoviária de BC para encontrar o namorado que estava no veículo acompanhado de amigos, o grupo apresentou sintomas de tontura, enjoo e até sangramento nasal antes do fatídico desfecho. A decisão de permanecer no estacionamento da rodoviária foi tomada enquanto aguardavam melhora.
Enquanto a jovem optava por permanecer do lado de fora, ela constantemente checava o estado dos amigos que resolveram ficar dentro do veículo. Por volta das 7h, ao perceber o sangramento do namorado, ela acionou o socorro médico. Inicialmente o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi até o local e acionou reforço do Corpo de Bombeiros Militar, por conta da quantidade de vítimas.
Quando chegaram no estacionamento da rodoviária, as equipes de socorro encontraram os jovens em parada cardiorrespiratória, e mesmo com esforços intensos de reanimação por pelo menos 40 minutos, lamentavelmente, todos vieram a falecer no local.
Mediante a constatação dos óbitos, a Polícia Militar, a Polícia Civil e a Polícia Científica foram acionadas. De acordo com informações preliminares repassadas pelo delegado Bruno Effori, a perícia revelou indícios preocupantes: uma possível perfuração no veículo, liberando monóxido de carbono (CO) para o interior da BMW. Até o momento, não foram encontradas substâncias ilícitas no carro, levando as autoridades a considerarem a tragédia como um acidente fatal.
“Pelo que nós apuramos, essas quatro pessoas estavam com a família em Balneário Camboriú. Todos eles oriundos de Minas Gerais, mas que moram por cerca de um mês aqui em Santa Catarina, na região da grande Florianópolis. Parte da família retornou para Florianópolis e outro grupo foi para a rodoviária aguardar uma pessoa (moça de 19 anos) que veio de Minas. Eles permaneceram no local, aguardando com o veículo ligado, todo fechado e começaram a se sentir mal. tontura, vômito e tremedeira.” disse o delegado Bruno Effori, em entrevista exclusiva ao Mesorregional.
Ao perceber que além de si, seus amigos também estavam passando mal, o adolescente de 16 anos chegou a ligar para o SAMU, sendo que o médico regulador que o atendeu resolveu apenas lhe orientar de deveriam procurar atendimento hospitalar e que não iria deslocar viatura até o local. Dr. Effori ainda nos detalhou que “A pessoa que veio de ônibus ficou aguardando as pessoas melhorares (tanto dentro do veículo, quando fora), mas quando saiu e voltou após alguns minutos percebeu que as pessoas que estavam dentro do carro estavam inconsciente e então acionou socorro.”
Um dos assuntos mais comentados hoje em Santa Catarina é este, e em grupos de conversa o mecânico Luciano Bernardi, da Auto Mecânica Lucky de Gaspar comentou da possibilidade da instalação de difusor no escapamento do carro [equipamento utilizado para criar ronco esportivo em veículos, não permitido para uso pelo CTB], que ficando com carro parado pode provocar falha mecânica e fazer com que o monóxido de carbono, um gás tóxico e inodoro, gerado pelo carro passe a ser projetado para o interior do veículo.
“Tem gente que opta por instalar o difusor, conhecido também por borboleta, que é um equipamento eletrônico, que através de um controle dá para tornar o ronco do veículo mais barulhento. Se tem fiscalização, fecham o equipamento para o carro voltar ao ronco original. Se o carro ficar ligado e parado, o monóxido do carbono ao invés de sair, acaba indo para dentro do carro, na parte dos bancos dianteiros.” explicou Lucky dizendo que se trata apenas de uma possibilidade.
Indagamos o delegado responsável pelas investigações e ele respondeu que realmente, foi apurado que a BMW 320I passou recentemente por uma customização. “Estamos aguardando os laudos, tanto os necroscópicos, quanto toxicológicos e principalmente o laudo do veículo, mas as informações preliminares por parte da perícia, já dão indicativos de que havia uma perfuração no cano de escape, que passa entre o motor e o painel do veículo, jogando monóxido de carbono para dentro do veículo para dentro do ar condicionado.” confirmou Effori.
Outra evidência da possibilidade de um suposto uso de difusor no carro ter provocado os óbitos é que a própria família do proprietário do carro, “afirmou na delegacia passou por uma customização justamente no cano de escape” enfatizou Bruno Effori.
Este trágico evento abalou não apenas Balneário Camboriú, mas também muita gente Brasil à fora, até mesmo porque o adolescente de 16 anos, dois rapazes, um de 24 e outro de 21 anos, e uma mulher de 19 anos foram as vítimas. Enquanto aguardamos os resultados finais da perícia, externamos o alerta para a importância da vigilância e dos cuidados em ambientes fechados e do risco das alterações veiculares.
Foto: Divulgação / PCSC