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Um Natal Urgentíssimo!

Urgentíssimo

Antes de revelar detalhes sobre as tradições natalinas, vamos falar um pouquinho sobre a política municipal novamente.

Os novos vereadores ainda nem tomaram posse e já estão dando o que falar!

O que está acontecendo?

A nova turma surpreendeu ao desenhar uma mesa diretora na contramão do que pretendia a prefeitura. Fala-se até em traição por parte do vereador Egídio, que mesmo sendo da base governista durante as eleições, após eleito fechou com a oposição e encabeçou a chapa que, se nada mudar até lá, deve tomar posse da direção dos trabalhos em janeiro.

Mas por que a mesa diretora é importante?

Primeiramente, os cargos administrativos comissionados da Casa Legislativa. Políticos, em especial os da velha guarda, adoram um carguinho. Se algum dia você precisar que um político vá até sua casa e ele enrole para ir, experimente colar uma ficha de nomeação de cargo em sua porta, você irá se surpreender!

Depois, a atração do outro tipo de político, aquele que não está só atrás de cargos e pretende produzir: é a mesa diretora da câmara municipal dita quais projetos serão votados e quando, organizando a pauta das sessões.

Um desses projetos, que já passou em todas as comissões e aguarda ser votado pela nova legislatura, é o projeto que acaba com o “Urgentíssimo”.

Mas que raios é esse “Urgentíssimo”?

“Urgentíssimo” é uma modalidade de projeto de interesse do Poder Executivo (prefeito), em que o projeto é enviado à sessão e votado no mesmo dia, sem tempo para uma análise mais criteriosa dos vereadores, que acabam tendo apenas algumas horas para analisar e votar.

É claro que para vereadores da base governista, isso não fará muita diferença, afinal raramente vão ler um projeto vindo do Executivo antes de votar a favor.

Porém, para vereadores independentes ou da oposição, um dia a mais para análise muda tudo, podendo até mesmo mudar um voto que antes seria contrário ao projeto, para favorável.

E quando isso muda?

O projeto que põe fim ao “Urgentíssimo” é uma Emenda ao Regimento Interno, que, para modificar, é um pouco mais difícil do que mudar uma lei ordinária.

É preciso 5 assinaturas para propor um projeto e um total de 10 votos, em dois turnos de votação, para aprovar a mudança, sendo que são 15 vereadores no total.

Quem já declarou voto pelo fim do Urgentíssimo?

Até o momento, 9 vereadores já declararam voto pelo fim do “Urgentíssimo”, sendo os oito que compõe a chapa da nova mesa diretora (Egídio, Bruno Cunha, Alemão da Alumetal, Tuca, Almir Vieira, Silmara, Ito e Adriano Pereira), além do Vereador Gilson.

Quem falta declarar voto?

Ainda não declararam seu voto, os vereadores Cristiane Loureiro (PODEMOS), Marcelo Lanzarin (PODEMOS), , Maurício Goll (PSDB), Alexandre Matias (PSDB), Marcos da Rosa (DEM) e Jovino Cardoso (SOLIDARIEDADE).

Os quatro primeiros, dificilmente votarão a favor do projeto, pois fazem parte da base governista e, apesar de antidemocrático, é sempre muito mais fácil “tratorar” projetos do que propô-los.

Já Marcos e Jovino, ambos representantes de bases religiosas, podem acabar votando pelo fim do “Urgentíssimo”, afinal mesmo que façam parte da base governista, dependem de negociações com a administração municipal para conseguir o que precisam e tais negociações demandam poder. Ambos teriam muito mais poder em mãos com a mudança.

Quando o projeto será votado?

Após a posse da mesa diretora, em janeiro, caso sua composição se mantenha como até o momento está acordado, o projeto deve logo entrar em pauta, o que significa, aproximadamente, uma votação lá pela metade de fevereiro.

O que é melhor para o povo?

O fim do “urgentíssimo” na Câmara Municipal é uma vitória da democracia e derrota de aspirações autocráticas. Defendo a liberdade de pensamento de cada pessoa, por isso, se você for adepto da Democracia como forma de governo, provavelmente será melhor a mudança, entretanto, caso prefira uma ditadura, será melhor a manutenção.

É Natal!

É Natal! Dia de refletir, comemorar e relembrar do bom velhinho, um dos maiores símbolos de um capitalismo que deu certo.

Não recomendo o envio de cartas, pois estamos no Brasil, país do monopólio estatal sobre correspondências (Correios), símbolo de um socialismo ultrapassado e retrógrado. Caso insista em utilizar este meio para informar Santa Claus sobre o que pretende ganhar, provavelmente só será atendido no natal do ano seguinte, quando este deve finalmente estar na posse de sua correspondência.

Alias, sobre o endereço de envio, ao contrário do que muitos pensam, Papai Noel não é do Polo Norte, mas sim de Rovaniemi, na Lapônia – norte da Europa – onde fica lotado seu escritório no qual recebe correspondências. Interessados devem enviar sua cartinha para o Santa Claus no CEP FIN-96930, Artic Circle, Rovaniemi – Finlândia. O problema é que o único meio de enviar essa cartinha no Brasil, como já dito acima, é via Correios, monopólio estatal que leva, de acordo com o site oficial, na melhor das hipóteses (opção mais cara) entre 13 e 16 dias úteis para entregar o papel, ou seja, se este foi o meio adotado para pedir seu presente, é melhor que já tenha feito em novembro!

No Rio de Janeiro, mais precisamente na região de Penedo, distrito de Itatiaia, uma colônia finlandesa se autodeclarou “residência de verão do Papai Noel”, então, na dúvida, tente enviar para lá, quem sabe não encontra o bom velhinho tirando umas férias.

Fato é que os mais religiosos adoram lembrar que a data não deve ser comemorada apenas pela troca de presentes, mas também pelo nascimento do menino Jesus.

Entretanto, se há um fato incontroverso entre historiadores e teólogos, é que é quase nula a chance de Jesus ter realmente nascido no Natal. No Hemisfério Norte o inverno ocorre entre dezembro, janeiro e fevereiro de cada ano, logo, se Jesus tivesse realmente nascido em algum desses meses, seria uma época de muito frio, sem “pastores e rebanhos acampados à noite sobre as colinas da Judeia”, como consta em Lucas 2:8, por exemplo.

Sobre a data correta, analisando o Evangelho de Lucas, o calendário judeu e o livro de I Crônicas 24:10, Isabel deve ter ficado grávida de João Batista na segunda quinzena de julho e Lucas, em 1:26-36, disse que Maria ficou grávida quando Isabel, sua parente, estava no sexto mês de gestação (janeiro), portanto Jesus deve ter nascido entre setembro e outubro. Jesus só poderia ter nascido em dezembro se tivesse passado 11 meses dentro do ventre de sua mãe, o que é bastante improvável.

Sem desmerecer nenhuma lenda, é uma data comemorativa simbólica e, assim como qualquer outra, deve ser comemorado por você da maneira que bem entender, sem culpabilidade e com muita liberdade.

Feliz natal!

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